A Sqédio esteve, de novo, presente na Revista O Molde e, na última edição de 2021, abordámos o tema do Planeamento Avançado na Indústria de Moldes e como um sistema ERP integrado é uma ferramenta crucial para apoiar a resolução dos enormes problemas de ineficiências, custos elevados e perdas de competitividade que este setor enfrenta atualmente.
A atualidade da Indústria 4.0
Hoje em dia, é muito comum falar-se de Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial como um fenómeno impulsionado pela emergência de tecnologias inovadoras e que causam efeitos profundos, quer nos sistemas de produção, quer nos modelos de negócio.
Na sua génese, este conceito sustenta que a interligação das máquinas, sistemas de produção e equipamentos produzirão redes inteligentes ao longo da cadeia de valor, permitindo a execução da visão das “Fábricas Inteligentes” – uma transformação metodológica e tecnológica do modelo de produção, conducente à melhoria da eficiência e produtividade.
Em concreto, o caminho da digitalização industrial pode tomar formas muito diferentes, sobretudo considerando a maturidade digital da empresa, nomeadamente:
- Tipo 1 – empresas em estado de desenvolvimento tecnológico inicial, que necessitam adotar tanto tecnologias, como metodologias convencionais para promover a sua competitividade;
- Tipo 2 – empresas com um modelo de produção consolidado, que necessitam atualizar-se e adotar tecnologias 4.0, para oferecer uma proposta de elevado valor ao mercado;
- Tipo 3 – empresas orientadas para a tecnologia, que procuram incorporar tecnologias 4.0 de última geração ou mesmo desenvolvê-las.
Na prática, a transformação digital é um processo que está a ser levado a cabo nas empresas industriais através da implementação de aplicações da indústria 4.0 de acordo com um sistema arquitetónico conhecido como a “pirâmide de automatização”, as quais podem ser: soluções de automatização, sistema MES e software ERP integrado, entre outras.
A Indústria 4.0 promove a convergência entre o mundo físico e virtual, permitindo uma clara conexão e interoperabilidade entre os vários elementos dos diferentes níveis desta pirâmide: as aplicações da indústria 4.0.
Hoje em dia, a consolidação e crescimento atual e futuro das empresas industriais exige plataformas com aplicações integradas, que possam ser parametrizadas de acordo com as necessidades de cada organização. E todo este processo deve iniciar-se com a integração da área de gestão da empresa através de um ERP integrado.
O que é um ERP?
Um ERP (Enterprise Resource Planning) ou software de Planeamento de Recursos Empresariais é uma ferramenta utilizada por empresas de todas as dimensões para otimizar e automatizar as suas funções de gestão, nomeadamente: a contabilidade, os recursos humanos, a distribuição e, nas empresas industriais em particular, consideram-se ainda como funções-chave a gestão de projetos, a gestão documental, o planeamento, compras e/ou subcontratação, entre outras.
Uma das questões primordiais de um software ERP é funcionar como um centro de dados unificado para uma diversidade de fluxos de trabalho, facilitando a troca de dados e informações entre departamentos. Além disso, os sistemas ERP também automatizam os processos em departamentos que normalmente seriam desenvolvidos de forma manual.
O que é um ERP integrado?
Das questões basilares da Indústria 4.0 é a integração, tanto vertical (da engenharia à fábrica), como horizontal (através da cadeia de valor), resultando em agilidade empresarial – um conceito que vai muito mais além da eficiência e possibilita uma resposta diferenciada ao cliente.
Ou seja, um ERP integrado é uma forma de conectar este software a outros sistemas empresariais, para assegurar a partilha de informação consistente, automatizando e simplificando assim os fluxos de trabalho e, inclusivamente, reduzindo substancialmente a possibilidade de erros humanos e ineficiências adicionais.
Para este efeito, é imprescindível o desenvolvimento de um projeto empresarial global e integrado de dados, processos e pessoas.
Aliás, um dos principais aspetos que configuram o verdadeiro potencial desta abordagem holística de criação de uma plataforma integrada comparativamente a outras abordagens de integração entre diferentes módulos ou software são:
. uma arquitetura de múltiplos serviços, orientada a uma resposta imediata a requisitos de informação e ação muito específicos de cada função ou área;
. análise de dados combinada;
. semântica comum.
Assim, um ERP integrado permite controlar todos os aspetos do negócio a partir de um único sistema, centralizando a informação, que passa a fluir de forma consistente através de toda a organização, promovendo:
. melhoria na comunicação e colaboração entre colaboradores e departamentos;
. aumento da eficiência dos fluxos de trabalho;
. visão holística da empresa e tomada de decisões informada, com base em dados em tempo real.
Benefícios de um ERP integrado
Entre os vários benefícios que é possível elencar relativamente a um sistema de ERP integrado, destacamos os seguintes:
. automatização de processos, com enormes impactos ao nível do aumento da produtividade;
. dados em tempo real, em qualquer lugar – nomeadamente, ordens de compra, inventário, dados contabilísticos, indicadores de desempenho (KPIs), custos, entre muitos outros;
. única fonte de informação, em virtude da centralização de dados numa base de dados única, sem variáveis duplicadas, que elimina entradas duplicadas e buscas manuais, favorecendo a comunicação e colaboração e, assim, poupanças de tempo, agilização de processos e tomada de decisões informada;
. conformidade regulamentar – a maioria dos ERP integrados já está de acordo com o normativo legal quanto a comunicações às autoridades reguladoras, segurança ou ambiente e de elaboração de relatórios;
. otimização da cadeia de abastecimento, através de integração entre projeto, inventário, compras, produção, distribuição e funções financeiras, o que vai permitir minimizar os custos de fabrico e distribuição e maximizar o ROI;
. retorno do investimento mais rápido, uma vez que não é necessário desenvolver no futuro integrações personalizadas;
. visão global dos fluxos de trabalho interfuncionais, promovendo melhorias significativas ao nível do planeamento, programação e previsão;
. acesso móvel, permitindo atualizações de inventário em tempo real – fornecendo às pessoas certas as informações de que necessitam na altura certa;
. redução do erro humano, por via da automatização, o que poderá beneficiar a empresa de uma verdadeira vantagem competitiva;
. maior disponibilidade de tempo para projetos com maior envolvimento humano, melhorando assim a produtividade.
Em conclusão, a base da Indústria 4.0 radica na integração de sistemas, essencial para o bom funcionamento de qualquer empresa que procure ser mais eficiente e competitiva, tal como acontece na indústria de moldes, que vive um período particularmente desafiante.
As Vantagens de um ERP integrado na Indústria de Moldes
A indústria de moldes – e no geral a de produção por projetos – é um setor que enfrenta enormes desafios no que diz respeito à gestão da globalidade do processo produtivo.
Nestas empresas, um molde pode ter centenas de componentes e, por sua vez, cada componente pode exigir várias operações; além disso, se considerarmos que existem simultaneamente vários moldes em produção, a complexidade dessa gestão aumenta exponencialmente. Por outro lado, o mercado está cada vez mais exigente, obrigando ao cumprimento de elevados padrões de qualidade e prazos de entrega muito reduzidos.
Neste sentido, é comum estas empresas defrontarem-se com enormes problemas de ineficiências, custos elevados e perdas de competitividade.
Para que estas empresas sejam capazes de otimizar o seu processo produtivo, cumprir os prazos definidos com os seus clientes e, assim, melhorar os seus resultados é necessária uma gestão avançada dos projetos – produção, encomendas, planeamento, faturação e compras – para uma correta gestão de toda a informação de fabrico.
Desta forma, a gestão eficiente de todo o processo produtivo exige que as empresas invistam em soluções informáticas que auxiliem os colaboradores no seu trabalho, nomeadamente um sistema de ERP integrado, para que sejam capazes de:
. obter a máxima rentabilidade das suas máquinas;
. reduzir os seus custos de produção;
. ter um controlo rigoroso e em tempo real do seu planeamento e fabrico de moldes, para reagir a desvios – de tempo e custos – e garantir prazos de entrega;
. aumentar os ganhos e alavancar a sua competitividade.
O Planeamento Avançado na Indústria de Moldes
Especialmente na indústria de moldes, é necessário dotar os recursos humanos de ferramentas avançadas de gestão de projetos, incluindo não só a gestão de produção, mas também a gestão de encomendas, faturação e compras.
Antes de mais, é fulcral que esta ferramenta de ERP integrado permita planear a curto e a longo prazo de uma forma altamente flexível, gerando automaticamente as ordens de fabrico, as propostas de compra e subcontratação necessária para dar resposta à procura prevista, permitindo:
. poupança de tempo no cálculo de ordens de fabrico, compras e subcontratação;
. redução de paragens por falta de materiais;
. cálculo de necessidades de compra e fabrico em quantidade e prazo;
. análise de disponibilidades e necessidades ao longo do tempo e não apenas para o momento atual e com diferentes prioridades;
. gestão eficiente de recursos, otimizando as máquinas nos períodos noturnos e fins de semana, nos quais podem trabalhar de forma automática;
. cenários de simulação de planeamento de carga de máquinas e de materiais;
. criação, manutenção e sincronização de diferentes calendários e turnos.
Por outro lado, será essencial que este sistema permita o planeamento automático de acordo com a disponibilidade finita de recursos, com benefícios ao nível de:
. planeamento de todos os recursos que intervêm nas ordens de fabrico, projetos e manutenção;
. visualização da dependência entre tarefas, carga dos recursos e tempos livres;
. flexibilidade no tratamento das tarefas;
. apoio na decisão de quando se deve subcontratar para cumprir prazos ou aliviar a saturação dos recursos.
Conclusões
Nas empresas da Indústria 4.0, sobretudo as de moldes e que se pretendem competitivas para alcançar posições cimeiras face à sua concorrência, um sistema de ERP integrado deve ser capaz de:
. planear de forma flexível, com base em diversos critérios de forma automática ou gerir manualmente a data de execução de determinada tarefa;
. avaliar cenários, conhecendo o impacto de novas encomendas, alterações de datas de entrega ou alterações no fluxo de produção e suas repercussões;
. otimizar tempos, de forma a reduzir as paragens da produção;
. visão geral do estado da produção – por molde, por secção ou para a fábrica inteira.
Neste sentido, é necessário que as empresas invistam num ERP integrado, pensado pela e para a indústria – um sistema de informação único, completo, inovador e de elevado rendimento, que reúna as funcionalidades especializadas no suporte ao planeamento, controlo, gestão e análise das empresas industriais e desenvolvido para se ajustar a todas as necessidades e requisitos específicos da indústria de moldes altamente competitiva!
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Para conhecer todas notícias da última edição de 2021 da Revista O Molde, clique no seguinte link: https://bit.ly/3D0XOQP e, nas páginas 59 a 62, poderá encontrar o artigo da Sqédio.
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