Rastreabilidade dos produtos – fundamentos e definições
Hoje em dia, a rastreabilidade dos produtos observa-se em dois grandes tipos de situações.
Por um lado, nas empresas – como na indústria alimentar, farmacêutica, automóvel ou aeronáutica, para assegurar o cumprimento de normativas específicas derivadas da natureza do produto ou processos de produção.
Por outro lado, nas empresas em que uma adequada gestão da rastreabilidade dos produtos permite substanciais poupanças de custos de produção e logística, melhorias no processo de produção e garantia da qualidade dos produtos.
De facto, o controlo da rastreabilidade dos produtos não é uma tarefa fácil, nem pode ser gerida com uma visão limitada à própria rastreabilidade em si. Isto porque, tem um impacto na garantia e melhoria dos processos produtivos e logísticos e, simultaneamente, gera um grande volume de informação. E, como sabemos, no contexto atual da Indústria 4.0, os dados, as suas correlações, análise e partilha são o recurso mais valioso e, portanto, o objetivo de toda a gestão industrial.
Ou seja, alcançar todos estes objetivos pressupõe a transformação digital dos processos envolvidos.
Rastreabilidade de produtos – o que é?
Antes de mais, vamos definir o que entendemos por rastreabilidade de um produto.
Este conceito pode ser entendido como o conjunto de disciplinas, medidas e ações que permitem identificar um produto – desde o início da sua produção até ao fim da cadeia de abastecimento, quando é rececionado pelo cliente final ou faz parte de um novo produto.
Dentro deste conceito global, podemos distinguir duas tipologias:
- rastreabilidade interna;
- rastreabilidade externa.
Rastreabilidade Interna
Por rastreabilidade interna entendemos a obtenção de informação relativa ao produto e ao processo – incluindo todas as etapas internas do fabrico, identificando os respetivos lotes de matérias-primas, produtos semiacabados resultantes, registo dos meios produtivos (máquinas, linhas, etc), informações sobre os parâmetros do processo, contagem de unidades, registos de qualidade, processos de identificação da unidade mínima a rastrear, produto unitário, lote, palete, entre outras.
Ou seja, todos os dados relevantes para que possamos variar as características ótimas do nosso produto.
Rastreabilidade Externa
Por rastreabilidade externa entendemos a que permite externalizar os dados da rastreabilidade interna do nosso produto, à qual poderão ser acrescentados dados externos – tais como, os resultantes da gestão logística associada às especificidades do nosso produto, que poderão exigir registos adicionais (como registos de temperatura, estado das embalagens, variações nos formatos de agrupamento dos nossos produtos – entre outros).
Assim, a soma da rastreabilidade interna e dos registos adicionais da rastreabilidade externa têm como objetivo garantir a rastreabilidade do nosso produto ao longo de toda a cadeia de abastecimento – desde o início da sua produção até à entrega ao cliente.
A evolução dos sistemas de controlo da rastreabilidade dos produtos
A gestão da rastreabilidade dos produtos tem vindo a melhorar com a disponibilidade de ferramentas tecnológicas, que permitem cumprir os seus requisitos específicos. Isto é, não só as normas legais, como também as iniciativas desenvolvidas pelas empresas para a melhoria contínua dos seus processos e gestão industrial.
Inicialmente, os sistemas de controlo da rastreabilidade foram criados como módulos ou componentes dispersos pelos módulos dos sistemas ERP. O principal objetivo era assegurar a identificação e acompanhamento do abastecimento de matérias-primas, materiais auxiliares, embalagens e outros – associados a uma ou mais ordens de produção, que por sua vez eram associados a lotes de produtos fabricados.
Na realidade, a recolha de informação sobre os consumos dos processos produtivos era efetuada de forma manual e imprecisa – a que se somavam tarefas administrativas redundantes e consequente acréscimo de custos à gestão. Na verdade, a informação em papel da fábrica era introduzida no ERP, o que implicava um acesso à informação de processos muito reduzido e limitado.
Assim sendo, a introdução dos sistemas MES (Manufacturing Execution Systems) foi essencial para melhorar a gestão da rastreabilidade dos produtos, uma vez que permite integrar toda a informação da fábrica com o ERP. Isto é, o registo: de consumos de materiais associados às encomendas, dos parâmetros dos processos dos meios produtivos, da gestão da qualidade, da identificação dos produtos semiacabados e dos produtos finais através da etiquetagem, da marcação a laser, da RFID (Radio Frequency IDentification), entre outros.
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